Artigos | Postado no dia: 5 março, 2025

Associação diz que Banco do Brasil faz venda casada de produtos financeiros para liberar crédito rural

A Associação Brasileira de Defesa do Agronegócio (Abdagro) processou o Banco do Brasil, alegando venda casada na concessão de créditos rurais. Segundo a ação, funcionários do banco impõem a contratação de serviços financeiros, como seguros de vida, títulos de capitalização e previdência privada, como condição para liberar empréstimos. A associação pede R$ 841 bilhões em indenizações por danos sociais, morais e danos coletivos.

A prática de venda casada envolve vincular a aquisição de um produto a outro, geralmente não relacionado, o que obriga o consumidor a aceitá-los para obter o que realmente deseja. A ação menciona relatos de produtores que foram obrigados a adquirir produtos financeiros em troca de empréstimos rurais, o que os levou a endividamento.

Além disso, a Controladoria-Geral da União (CGU) já havia identificado indícios de venda casada em relatórios sobre o Plano Safra, apontando casos em que seguros foram vendidos junto com empréstimos. A ação também critica a plataforma lançada pelos Ministérios da Agricultura e da Justiça em 2020, que permite que produtores denunciem a prática, mas sem resultados significativos.

O Banco do Brasil, por sua vez, nega as acusações e afirma que segue as normas do Código de Defesa do Consumidor. O banco destaca seu compromisso com a ética e a transparência, defendendo que seus produtos são oferecidos de acordo com as necessidades dos clientes, sem condições de venda casada. Além disso, ressalta os números do seu desempenho no crédito rural, com desembolsos significativos em 2024, superando o mesmo período da safra anterior.

Fonte: Metrópoles. Acessado 05/03/2025.